Não foi tão bom assim

12:05


Lembro da primeira vez que experimentei sofrer por desilusão. Era bem jovem, e acho que aquela havia sido uma dessas paixões arrebatadoras. Que chega meio sem avisar o propósito, daí se entranha em sua intimidade. Se aconchega em seus segredos. Dando o check mate quando tem sua confiança.
Como todo início, foi muito bom. Daí experimentei pela primeira vez um amor de migalhas. Era bom, mas o problema nesse tipo de afeto é que quando não é recíproco, se torna viciante. Aos 20 anos eu era uma viciada.
Me tornei uma daquelas meninas que fazia de tudo para chamar a atenção do carinha que eu gostava. Ele amava esse jogo, no qual ele me preenchia de atenção em um momento e nos dias seguintes é como se eu não estivesse ali pra ele. A dor ardia nas minhas entranhas. Me perguntava se eu realmente merecia aquilo.
Havia tido relacionamentos tranquilos, onde eu sempre pensava na pessoa que estava do outro lado. Enxergar a situação do ponto de vista de seu parceiro é uma ação de amor com o próximo e que provavelmente vai te livrar de muita dor de cabeça. Talvez, por isso a maioria dos meus ex tenha carinho e um laço de cumplicidade e respeito comigo até os dias atuais.
Esse relacionamento de fato não me fez feliz (nem um pouco), mas me ensinou um monte. Aprendi de fato que as pessoas são egoístas, e que para o outro lado é viciante ter toda essa atenção. Inflando egos e a sua tão evocada “masculinidade”. Percebi também, depois de longas conversas e conselhos do meu melhor amigo, que esse tipo de atitude é seio de imaturidade de velhos garotos.
Não se sabe a estatística das idades mais atingidas. Pode ser reflexo de uma juventude mal preparada, ou apenas uma crise de meia idade onde fica difícil decidir se o cara quer comer todo mundo e ser sozinho no domingo de noite chorando com documentários da vida selvagem, ou se ele quer alguém com quem possa dividir sua intimidade e sentir conforto em saber que tem alguém para somar em seus dias. Confesso! Pode ser realmente difícil a escolha. Mas o fato é que ninguém deve ser feito de estepe. Procure pessoas que estão na mesma vibe e não confunda a cabeça de ninguém com suas indecisões. Vai por mim. Nenhuma foda vale esse estresse. Sexo bom é fácil de encontrar. Aquele sexo efêmero, e que por ser tão fugaz, te deixa desejos quase inenarráveis.
Eu particularmente , gosto do sexo com afeto. O teto é tão insano, e o prazer tão orgânico e natural que faz do sexo quase uma arte inoxidável. A experiência dessa forma pura de prazer nos faz humanamente capazes de elevar os sentimentos a outro nível de amorosidade.
No final, percebi que aquela paixão que durou algum tempo não foi a melhor e nem a maior das fodas que tive em minha vida.
Demorou algum tempo, mas consegui amar e ser amada por algumas vezes. Ou até mesmo construir relações baseadas em afeto e respeito que fizeram toda diferença no sexo. Depois de experimentar isso nunca mais quis o sexo meia boca.
Me libertei.
Isa, e os desafetos?”
Volta e meia algum liga ou manda mensagem dizendo que tem saudades e eu do outro lado penso:

É claro que tem

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