A estranha façanha de como acabei escrevendo textos eróticos

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Me recordo como se fosse hoje, o primeiro livro que li de versos mais ousados dos que eu costumava ler. Havia ganhado do meu professor de literatura do Ensino Médio, que logo depois se tornou meu tutor em um curso de redação preparatório para vestibulares.
Depois da biologia, a literatura e a língua portuguesa eram as matérias que mais me impulsionavam ao estudo. Fazer as aulas de redação eram um grande hobby para mim. Adorava escrever, mas claro eu precisava melhorar a minha narrativa em muitos aspectos.
Quando li Amor de perdição, conheci um lado do amor contado a partir das aventuras e desejos ensaiados por um amor proibido. A protagonista da narrativa chamou minha atenção por se chamar Teresa, mesmo nome que levo em homenagem à minha avó (alô Teresão).
A história se passava no berço matriarcal, onde mulheres eram submissas a seus homens e ainda tinham que aturar casamentos arranjados. E as revoltosas eram mandadas a algum convento, obrigadas a viver em castidade (Oi?).
Teresa viveu um amor passional e foi impedida de se entregar aos prazeres carnais da vida. Triste fim, héim?
Fui salva e mais feliz quando ganhei e li O Crime do padre Amaro. A obra do português Eça de Queiroz me fez analisar pela primeira vez sobre erotismo associado ao tema sacralidade. Devo dizer que é uma obra ousada para a época que foi lançada, mas bem elaborada.
Ali surgiu a primeira curiosidade sobre a temática erótica.
Meu terceiro livro, é claro que havia de ser o Kama Sutra né? E com essa leitura veio a decepção. Na verdade, o livro não trata apenas de posições para você testar sua versão amadora do X-vídeos em casa. A narrativa é uma contemplação complexa e filosófica sobre as formas de amor, que é fonte principal do prazer. O texto indiano é basicamente um passeio sobre o comportamento sexual humano. Claro que comprei a versão simplificada e de bolso. Já vi edições bem completas que vem todas as figurinhas com acrobacias eróticas (algumas quase impossíveis) em complemento à narrativa do livro. E também dá para encontrar as versões só com as imagens.
Em seguida, desisti por um tempo desse tipo de leitura e só em 2013 pude experimentar as primeiras sensações de desconforto ao ler um livro. Anti-Justine do francês Restif de La Brettone. O pseudônimo usado provavelmente era para mostrar o seu lado sádico e misógino. Ele narrava de tudo. Sexo com prostitutas, mulheres subjugadas, incesto, desejos proibidos. Quando terminei o livro tive náusea e repulsa pela escrita dele, mas acho que o seu objetivo era justamente esse. Categorizei aquela leitura como pornográfica. Até hoje essas classificações são duvidosas. Ninguém sabe ao certo o limiar que define o pornô e o erótico.
Depois disso fiz uma longa pesquisa e comecei a ler autores renomados na temática erótica, ou que se aventuraram em alguma obra em meio a esse tema. Henry Miller, João Ubaldo Ribeiro, Bukowski, Anaïs Nin.
Depois deles, procurei seguir os escritores contemporâneos, e devo dizer que tem muita gente jovem mandando muito bem. Principalmente as mulheres desse cenário, pois trouxeram a possibilidade de empoderamento, mostrando que a mulher toca seu corpo e goza. Que sente prazer ao dar prazer para o/a seu/sua parceiro/a. Que Mulher também gosta de assistir pornô e dar pro/a cara/mina testando as posições que ela viu no vídeo.
Entre esses novos talentos, tenho seguido a Seane Melo no Medium (plataforma muito bacana para escritores, projetos de escritores e leitores). A escrita dela é tomada por sarcasmo e pitada de bom humor, onde os personagens passam por desafetos da vida cotidiana (foda ruim, toco, papel de trouxa, diálogos com a ppk). A escrita dela me prende tanto, que às vezes penso: Eu já passei por isso. E não tem coisa mais gostosa do que você ler um texto e se identificar ou se imaginar naquelas linhas (Pronto! Amor declarado à minha crush literária.).
E essa foi minha trajetória até me interessar por essas leituras e começar a escrever dentro da temática. Tudo começou com um caderno que carregava na época da faculdade, daí meu amigo Cláudio leu uma das minhas narrativas e espalhou para o grupo com quem andávamos. Depois de anos, outro amigo (que fazia parte desse grupo) – Diogo – ficou me pentelhando até que eu soltasse um verso em uma publicação online. Depois disso já li em sarau, já me encorajei e mandei texto para concorrer para publicações com grandes editoras (um pouco ambicioso, eu sei) e continuo vez ou outra alimentado minhas redes de divulgações com textinhos para vocês.
Falem aí no face ou no meu insta @lafemmesagace se vocês curtem esse tipo de leitura e compartilhem comigo o que vocês têm lido ultimamente.
Acho que vou começar a escrever resenhas de alguns dos meus preferidos para vocês. E sigam a dica lá do canal O Clube do livro erótico no Youtube. As meninas mandam super bem nas análises literárias.
Até uma próxima história!

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