Lembro da primeira vez que
experimentei sofrer por desilusão. Era bem jovem, e acho que aquela
havia sido uma dessas paixões arrebatadoras. Que chega meio sem
avisar o propósito, daí se entranha em sua intimidade. Se aconchega
em seus segredos. Dando o check mate quando tem sua confiança.
Como todo início, foi muito
bom. Daí experimentei pela primeira vez um amor de migalhas. Era
bom, mas o problema nesse tipo de afeto é que quando não é
recíproco, se torna viciante. Aos 20 anos eu era uma viciada.
Me tornei uma daquelas meninas
que fazia de tudo para chamar a atenção do carinha que eu gostava.
Ele amava esse jogo, no qual ele me preenchia de atenção em um
momento e nos dias seguintes é como se eu não estivesse ali pra
ele. A dor ardia nas minhas entranhas. Me perguntava se eu realmente
merecia aquilo.
Havia tido relacionamentos
tranquilos, onde eu sempre pensava na pessoa que estava do outro
lado. Enxergar a situação do ponto de vista de seu parceiro é uma
ação de amor com o próximo e que provavelmente vai te livrar de
muita dor de cabeça. Talvez, por isso a maioria dos meus ex tenha
carinho e um laço de cumplicidade e respeito comigo até os dias
atuais.
Esse relacionamento de fato não
me fez feliz (nem um pouco), mas me ensinou um monte. Aprendi de
fato que as pessoas são egoístas, e que para o outro lado é
viciante ter toda essa atenção. Inflando egos e a sua tão evocada
“masculinidade”. Percebi também, depois de longas conversas e
conselhos do meu melhor amigo, que esse tipo de atitude é seio de
imaturidade de velhos garotos.
Não se sabe a estatística das
idades mais atingidas. Pode ser reflexo de uma juventude mal
preparada, ou apenas uma crise de meia idade onde fica difícil
decidir se o cara quer comer todo mundo e ser sozinho no domingo de
noite chorando com documentários da vida selvagem, ou se ele quer
alguém com quem possa dividir sua intimidade e sentir conforto em
saber que tem alguém para somar em seus dias. Confesso! Pode ser
realmente difícil a escolha. Mas o fato é que ninguém deve ser
feito de estepe. Procure pessoas que estão na mesma vibe e não
confunda a cabeça de ninguém com suas indecisões. Vai por mim.
Nenhuma foda vale esse estresse. Sexo bom é fácil de encontrar.
Aquele sexo efêmero, e que por ser tão fugaz, te deixa desejos
quase inenarráveis.
Eu particularmente , gosto do
sexo com afeto. O teto é tão insano, e o prazer tão orgânico e
natural que faz do sexo quase uma arte inoxidável. A experiência
dessa forma pura de prazer nos faz humanamente capazes de elevar os
sentimentos a outro nível de amorosidade.
No final, percebi que aquela
paixão que durou algum tempo não foi a melhor e nem a maior das
fodas que tive em minha vida.
Demorou algum tempo, mas
consegui amar e ser amada por algumas vezes. Ou até mesmo construir
relações baseadas em afeto e respeito que fizeram toda diferença
no sexo. Depois de experimentar isso nunca mais quis o sexo meia
boca.
Me libertei.
“Isa, e os desafetos?”
Volta e meia algum liga ou manda
mensagem dizendo que tem saudades e eu do outro lado penso:
É claro que tem